Nas últimas horas, foram abatidos alguns drones na região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia. A informação é do governador local, Vyacheslav Gladkov, depois de o Kremlin ter colocado o território sob o “regime legal de uma zona de operação antiterrorista”. Gladkov alertou a população de Grayvoron, uma das cidades atingidas pelos combates, a não voltar para casa.
“Os drones foram abatidos pelo sistema de defesa aérea sobre a região de Belgorod. Segundo dados preliminares, não há vítimas”, escreveu no Telegram, nesta terça-feira (23) de manhã, Gladkov.
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Pouco antes, o governador já tinha feito outra postagem sobre os ataques à Grayvoron, através da mesma plataforma, apelando aos habitantes que deixassem “temporariamente as suas casas”.
“Iremos informar imediatamente (…) quando for seguro”, acrescentou.
Vários ataques com drones atingiram casas e um edifício administrativo, durante a noite, em Belgorod, alvo de uma incursão ucraniana, segundo as autoridades russas. Os ataques, que também atingiram a vila de Borissovka, não causaram vítimas ou feridos, escreveu o governador noTelegram.
“Não houve mortes de civis, nas últimas horas. Todas as ações necessárias por parte das autoridades estão sendo realizadas. Aguardamos a conclusão da operação antiterrorista anunciada ontem”, escreveu Gladkov.
Contudo, “duas casas foram atacadas por drones em Grayvoron” e pegaram fogo. No povoado de Borissovka, um aparelho não tripulado atacou um edifício administrativo, seguindo de um novo ataque a uma casa, que danificou o telhado.
Ataque ucraniano
A região de Belgorod, em particular o distrito de Grayvoron, foi alvo na segunda-feira de uma incursão de combatentes armados da Ucrânia, que feriu oito pessoas e levou a Rússia a desencadear uma “operação de contraterrorismo”. É a primeira vez, desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado, que ocorre um ataque em território russo.
Os serviços de segurança russos (FSB) introduziram, durante a tarde de segunda-feira, o “regime jurídico da zona de operações antiterroristas” na região, dando às autoridades poderes acrescidos para conduzir operações armadas, controlar civis ou retirar populações.
“A operação de busca conduzida pelo Ministério da Defesa e pela polícia continua” nesta terça-feira disse Gladkov. “A polícia está a fazer tudo o que é necessário”.
Russos anti-Putin
Até o momento, a Ucrânia nega a organização da incursão armada na região. Mas, às primeiras horas desta terça-feira, um grupo de russos anti-Putin, alinhados com o exército ucraniano assumiu a responsabilidade pelos ataques.
Em um canal do Telegram, a Legião da Liberdade para a Rússia assumiu a autoria da operação. Trata-se de um grupo de russos que luta do lado ucraniano e que já tinha afirmado estar por trás de incursões anteriores na região. Todavia, Kiev garante que a ação é independente.
O canal do Telegram Baza, que tem ligações aos serviços de segurança da Rússia, publicou imagens aéreas que aparentemente mostram um veículo blindado ucraniano avançando pela fronteira.
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