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Escola de Bom Jesus participa de Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas

https://restauranatureza.org.br/temas

No Piauí, apenas três municípios participam da competição

Criada em 2022, a Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas é voltada a estudantes do 7º ao 9º ano do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas. Ligada à Década da ONU da Restauração de Ecossistemas (2021-2030), são abordados vários temas atuais que se conectam ao currículo escolar e são caminhos importantes para restaurar a natureza e a conexão das pessoas com ela.

A iniciativa da olimpíada é da Organização não governamental, WWF- Brasil (World Wildlife Funf), traduzido para o português como “Fundo Mundial da Natureza”. A ONG foi criada em 29 de abril de 1961, com sede na Suíça.

Com o crescimento da organização ao redor do planeta após à sua criação, a atuação da instituição mudou de foco e as letras passaram a simbolizar o trabalho de conservação da natureza de maneira mais ampla. Com isso a sigla ganhou uma segunda tradução, World Wide Fund For Nature, ou Fundo Mundial para a Natureza.

No Brasil a organização foi criada oficialmente, em 30 de agosto de 1996 e integra a Rede WWF, uma das maiores organizações de conservação da natureza no mundo.

A Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas visa colocar a comunidade escolar como peça fundamental na formação de uma nova consciência, na busca em restaurar o equilíbrio da vida humana no planeta.

Em 2023, as inscrições para participar da olimpíada encerraram em 31 de março. No Piauí apenas três escolas se inscreveram, Escola Joaquim Rosal Sobrinho, em Bom Jesus, Darcy Ribeiro, em Bom Princípio do Piauí e Antônio dos Reis e Silva, em Boqueirão do Piauí.

Em Bom Jesus, foram inscritos dez alunos, divididos em duas equipes, orientados pela professora Elizabeth Zanon.

De acordo com a professor Elizabeth Zanon, a olimpíada não conta pontuação na grade curricular, mas, temas voltados à natureza, estimulam os alunos à pesquisa e ajudam na formação pessoal como cidadão.

Assista Vídeo:

Professora explica o interesse dela, por assuntos extracurriculares e destaca o empenho das equipes participantes.

A olimpíada acontece em duas etapas, fase On Line e fase Prática. Na primeira, cada aluno respondeu individualmente a 10 quiz, quantas vezes desejava, devendo atingir uma média acima de 7,5 pontos, pontuação que vai servir na somatória final. Já a segunda fase, é realizada em grupo de cinco alunos.

Como funciona a Olimpíada

A Restaura Natureza é realizada em duas fases
complementares em que os estudantes acumulam pontos

FASE ONLINE

Etapa individual, de aprendizado teórico e ‘gamificado’ pela internet.

Após realizarem o cadastro, os estudantes terão acesso a materiais relativos a 10 temas formativos, todos relacionados à restauração de ecossistemas.

Ao final de cada tema, os estudantes poderão testar seus conhecimentos em um quiz, com perguntas desafiadoras, que contarão pontos para a sua nota final da fase online. Cada quiz vale de 0 a 10 pontos.

É possível refazer o quiz quantas vezes for necessário para buscar uma melhor pontuação.

Confira a pontuação atingida pelos alunos da Escola Joaquim Rosal Sobrinho na primeira fase

Fonte:restauranatureza.org.br
restauranatureza.org.br

FASE PRÁTICA

Etapa prática, realizada em grupo.

É uma etapa de elaboração e execução de ações relacionadas ao tema Restauração. Nesta fase, os estudantes serão incentivados a formar grupos de até 5 pessoas, que devem ser acompanhadas por um professor orientador.

Estão disponíveis 28 Planos de Ação que podem ser utilizados como inspiração, mas os estudantes devem criar suas ações de acordo com seu contexto e criatividade.

As ações devem ser registradas e enviadas pela plataforma, em texto, foto e/ou vídeo. É a partir deste relato que o projeto será avaliado.

Projetos dos Alunos de Bom Jesus

Desde a abertura, para o cadastramento na olimpíada, os alunos do Rosal Sobrinho, formaram dois grupos (05 integrantes cada), e passaram a estudar e organizar as atividades juntos.

OS dois grupos da Escola Joaquim Rosal Sobrinho, são, Apoena, que vão trabalhar, O Umbú Cajá, formado pelos alunos, Ana Kelly Teles de Matos, Isabella Macedo de Araújo, Keyllane Teles de Matos, Marina Ribeiro Rodrigues e Maria Júlia Oliveira Matos. E o grupo, Gatos da Caatinga, (Gato Mourisco), com os alunos, Carlos Daniel Reis Fonseca, Clara Oliveira Santos, Lucas Emanuel Fonseca Gonzaga, Pedro Henrique Macedo de Araújo e Vitor Hugo de Oliveira Fonseca.

 O umbu-cajá é um fruto híbrido do cajazinho com o umbu, que por sua vez é uma árvore símbolo do semiárido nordestino (presente no agreste, na caatinga e no cariri), e que produz um tubérculo com capacidade de armazenar água, e por conta dessa capacidade foi chamada de “árvore sagrada do sertão” pelo escritor Euclides da Cunha.

Foto: Diário do Nordeste

 O gato mourisco ou Jaguarundi, é uma espécie de felino que habita florestas de planícies e matas, utiliza ambientes florestais primários e secundários, restingas, cerrado, manguezais e plantações de eucalipto. Possui corpo alongado, cauda longa e orelhas curtas, e pode ser encontrado desde o Rio Grande do Sul, regiões do Nordeste até a região Amazônica, um animal verdadeiro brasileiro.

Arquivo: Elizabeth Zanon / Filhote de Gato Mourisco encontrado por Elizabeth na localidade Viana

A aluna Clara Oliveira, fala da ideia de como surgiu o projeto do grupo dela, em defender a preservação da espécie do gato mourisco.

“No passado, eu até encontrei um animal desses, mas como eu não tinha conhecimento, não dei tanta importância ao felino e ele chegou a morrer. Hoje, após participar do projeto, em base nas pesquisas, iria tratar de forma diferente”.

Assista vídeo da aluna Clara Oliveira

O aluno Lucas Emanuel destaca algumas ações que poderiam ajudar na preservação do gato, como a colocação de telas nos criatórios de galinhas, uma presa do gato, assim, não era necessário matar o felino. Ele destaca ainda, que o animal pode ajudar no combate a animais peçonhentos, um dos alimentos do gato mourisco.

Veja vídeo do aluno Lucas Emanuel

De acordo com a professora Elizabeth Zanon, já existe um texto pronto, redigido por ela, para dar entrada junto à câmara de vereadores ou a Secretaria de Meio Ambiente de Bom Jesus, na tentativa de encontrar maneiras de ajudar pessoas do interior que criam galinhas a cercarem os criatórios e desta forma proteger as galinhas, mas principalmente, a preservação do gato.

Empolgação entre os participantes da olimpíada em Bom Jesus é o que não falta, os grupos têm levado a sério, apesar dos integrantes serem amigos de escola, e alguns, até irmãos, surge uma certa rivalidade, o que a coordenadora faz questão de esclarecer para eles, que não se trata de quem é melhor ou pior, apesar da concorrência entre os grupos, ela sempre lembra aos alunos que existe uma causa maior, a preservação da natureza e das espécies em estudo.

O outro grupo, é o Apoenas, significado forte e que tem tudo a ver com a proposta da olimpíada. Preservar o meio ambiente para as atuais e as futuras gerações.

Apoena é um nome de origem indígena, proveniente do Tupi-Guarani, que significa “aquele de vê mais longe” ou “aquele que vai mais longe”.

O grupo escolheu falar do fruto Umbu cajá. Segundo pesquisa dos alunos, a árvore está em risco de extinção, devido ao uso incorreto e a falta de cuidados com a planta.

A aluna Cibele do oitavo ano, mesmo não estando inscrita na olimpíada, tem se empenhado ao máximo desde o início do projeto, para ajudar aos colegas da equipe Umbú Cajá. Ela tem consciência, de que, se o projeto delas for o vencedor, ela não irá a São Paulo com os demais integrantes do grupo. Uma contribuição, que como prêmio, vai ficar no aprendizado e no amor na preservação pela natureza. Diz Cibele. No vídeo abaixo ela fala da importância da árvore.

Cibele fala da origem e da importância da preservação do Umbú Cajá.

A segunda fase (Prática), acontece até 30 de junho e deve somar até dois mil pontos, incluindo a primeira fase (On Line). Ao todo, sessenta projetos concorrem a premiação final.

Entre as ações da equipe Umbú Cajá, está o incentivo ao reflorestamento das margens do riacho Grotão e parte do Rio Gurguéia, nas proximidades de Bom Jesus, com mudas da planta em estudo.

A aluna Keyllane Teles, fala que o grupo pretende buscar o apoio da Secretaria do Meio Ambiente de Bom Jesus para realizar o reflorestamento com a planta Umbú Cajá.

No último sábado (10/06), a equipe do Gato da Caatinga, visitou os Cânions do Viana, localidade onde é registrada a presença do animal.

Na oportunidade, os alunos realizaram ações que fazem parte da segunda fase da olimpíada, como panfletagem de conscientização da espécie do felino e mostrar aos moradores da região, que é possível preservar o animal e viver em harmonia com o Gato Mourisco.

 

Fotos: Elizabeth Zanon  (Veja mais fotos da visita na galeria do Portal (no topo) – Multimídia)

Após a apresentação dos projetos, os classificados vão para a votação de uma comissão e depois a votação popular por meio da internet. A equipe vencedora viaja para São Paulo, onde os integrantes vão conhecer na prática, projetos já existentes e que ajudam na preservação do meio ambiente.

A Escola Joaquim Rosal Sobrinho é municipal e funciona tempo integral (EMTI), nas dependências de um prédio da SEDUC (Secretaria estadual de Educação), do Piauí, localizada na Rua Jairo Oliveira, Bairro São Pedro.

 

Por Erinado Oliveira/BR 135.com

Fontes: Professora Elizabeth Zanon /restauranatureza.org.br